Lois Lowry - O Doador de memórias

Título original: The Giver
O Doador: #1
Autor: Lois Lowry
Editora: Arqueiro
Páginas: 189
Ano: 2014

ISBN: 9788580412994
Tradutor: Maria Luiza Newlands 

Os habitantes da pequena comunidade, satisfeitos com suas vidas ordenadas, pacatas e estáveis, conhecem apenas o agora - o passado e todas as lembranças do antigo mundo foram apagados de suas mentes. 
Uma única pessoa é encarregada de ser o guardião dessas memórias, com o objetivo de proteger o povo do sofrimento e, ao mesmo tempo, ter a sabedoria necessária para orientar os dirigentes da sociedade em momentos difíceis. 
Aos 12 anos, idade em que toda criança é designada à profissão que irá seguir, Jonas recebe a honra de se tornar o próximo guardião. Ele é avisado de que precisará passar por um treinamento difícil, que exigirá coragem, disciplina e muita força, mas não faz idéia de que seu mundo nunca mais será o mesmo. 
Orientado pelo velho Doador, Jonas descobre pouco a pouco o universo extraordinário que lhe fora roubado. Como uma névoa que vai se dissipando, a terrível realidade por trás daquela utopia começa a se revelar. 
Li esse livro no início de dezembro, mas na hora de fazer a resenha eu simplesmente travei, não sei o que aconteceu, num minuto estava ansiosíssima para postar, no outro as palavras simplesmente sumiram da minha cabeça. Mas, como diz o ditado‘Antes tarde do que nunca’...

Jonas é um jovem habitante de uma comunidade desprovida de desigualdade de quaisquer tipos, a comunidade perfeita. Nela os habitantes estão sempre desenvolvendo suas atividades a que foram destinados, empenhados a trabalhar para a evolução do conjunto e não apenas do indivíduo. Tudo é seguido ao pé da letra, os sentimentos são rasos, assim como a dor, não existe fome ou cores, tudo é mesmice.

E nessa mesmice Jonas vive em uma unidade familiar, composta por seu pai um cuidador das crianças novas, sua mãe que trabalha com a lei e sua irmã mais nova, Lily. Embora nenhum dos seus parentes sejam biológicos, todos foram escolhidos com cautela para compor a unidade familiar em que vivem.

As pessoas e seus costumes são tão simples, que o leitor a princípio se assusta com tamanha ingenuidade e limitações impostas, mas assim como as demais personagens Jonas não conhece outra forma de ser ou viver e para tudo isso existe uma resposta.

Lily, porém, não sentira raiva, agora Jonas sabia. Impaciência e exasperação superficiais, nada mais do que isso, fora o que sentira. 


Ao completar 12 anos Jonas e as crianças de mesma idade passam pela Cerimônia dos 12, Cerimônia na qual ocorre a passagem para a vida adulta, recebendo uma atribuição que desenvolverá durante toda a vida em pró da comunidade e após o susto da possibilidade de não receber uma atribuição, é concedida a Jonas uma honraria, ele será o próximo Recebedor de Memórias.

E é então que a história incorpora o Mito da Caverna, durante seu treinamento Jonas passa a ter consciência de todas as memórias do mundo, boas como a brisa, o aquecer do sol e o próprio amor e outras terríveis como a guerra, a dor e o medo, compartilhando com o Doador a experiência serem os únicos conhecedores da realidade numa comunidade simplória e cega aos fatos.

E conforme seu treinamento avança Jonas começa a perceber o quão árdua será sua existência, carregando futuramente sozinho todas as vastas memórias, e é nesse ponto que ele decide mudar, primeiro tentando discretamente incorporar seu aprendizado a comunidade e com a falha da tentativa pensa em mudar a mesmice de forma drástica, arriscando a própria vida para tal.
Entre o que as coisas aparentam ser e o que realmente são há uma grande diferença.

Com personagens que parecem ser figurantes, mas que sua existência faz a amarração perfeita dos acontecimentos, fazendo com que o leitor se apegue facilmente a leitura e não queira abandona-la.
E a evolução incrível que Jonas desenvolve passando de uma ingênua criança que um dia foi para o precoce adulto coberto de responsabilidades que se torna, a narração é tão completa que mesmo sendo em terceira pessoa é como se o protagonista dialogasse com o leitor a todo instante.

 Em poucas páginas Lowry cria uma história estruturada e absurdamente incrível, com uma filosofia universal, a única coisa ruim a seu respeito é ele ser tão curto terminando em um ponto crucial e me deixando super ansiosa pelo próximo volume.
Obrigada por sua infância

2 comentários:

  1. Olá... Tenho interesse em ler esse livro. Adorei a resenha!

    Beijo
    albumdeleitura.blogspot.com.br

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    Respostas
    1. Obrigada Milena, o livro é excelente então vale a pena ler! =)

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